A fé percorre caminhos: com o tema ‘Padre Reus vai ao teu encontro’, 14ª Romaria levou a Igreja às ruas de São Leopoldo
Realizada de uma maneira diferente por conta das medidas de isolamento social, a 14ª Romaria do Padre Reus levou o Santuário do Sagrado Coração de Jesus para junto dos fiéis neste segundo domingo de julho (12/7). Com o tema ‘Padre Reus vai ao teu encontro’, a Romaria percorreu 36 quilômetros na cidade de São Leopoldo e, mesmo com o clima instável e o frio, atraiu centenas de devotos, que receberam de braços abertos a estátua do Servo de Deus, em um misto de fé e emoção que tomou conta das ruas.
Tradicional encontro dos devotos de Padre Reus, a Romaria atrai milhares de pessoas anualmente e, para evitar aglomerações, teve de ser reinventada. Coube ao reitor, do Santuário, Pe. Raimundo Nonato Resende, em sua primeira Romaria, o desafio de manter acessa a chama dos fiéis. “Quando o isolamento foi se estendendo, me perguntava como seria a Romaria. A equipe coordenadora, que envolve várias instituições da cidade, decidiu, com toda a razão, que a procissão não aconteceria. Pensei que em branco não poderia passar. Leitora das celebrações do Santuário, a senhora Helena, sugeriu de fazermos uma carreata. Desta pergunta me veio a ideia de percorrer a cidade com a estátua do Padre Reus. Realizamos algumas reuniões e buscamos envolver novas lideranças que nunca estiveram envolvidas neste momento pastoral peculiar. Perceber a criatividade e o empenho destas pessoas foi muito emocionante”, contou o jesuíta.
Para desfilar em carro aberto por 68 ruas e avenidas da cidade, a estátua de madeira em tamanho natural – que pela primeira vez foi retirada do Museu do Padre Reus – recebeu um andor, foi rodeada de flores e teve de ser protegida da chuva para percorrer todo o trajeto. Logo atrás da camionete que levava a estátua vinha o caminhão de som, no qual estavam o reitor do Santuário, Pe. Raimundo Nonato Resende, e os músicos que lhe acompanhavam, que entoaram diversos cânticos ao longo do percurso. O apoio da população à Romaria foi surpreendente, com muitos fiéis nas janelas dos apartamentos, nas portas de casa, ora com toalhas brancas, ora com quadros ou imagens do Servo de Deus. “Eu, que sou emotivo, lacrimejava de emoção por sentir a fé do povo e agradecido a Deus por não ter medo de ousar”, disse Pe. Resende.
Integrante da equipe organizadora desta edição da Romaria, o representante comercial, Milton Kipper, ressaltou o empenho de todos para a realização do evento. “Tivemos um tempo reduzido para organizar tudo, além do fato da pandemia dificultar as reuniões. Tivemos a ideia da carreata, que tomou forma justamente para evitar a aglomeração de pessoas. Tudo transcorreu bem, pois, o que mais interessava, era levarmos Padre Reus até o povo”, comentou Kipper, que se mostrou impressionado pelo retorno e pela participação dos fiéis, mesmo com o distanciamento social. “Quando surgiu a ideia, não imaginávamos que ia se tornar um evento da proporção que tomou. Ficamos maravilhados com a quantidade de pessoas que participaram nas ruas, nas janelas, bem como via redes sociais”, salientou.
Nas redes sociais oficiais do Santuário, tanto o Facebook quanto o Instagram trouxeram inúmeras demonstrações de fé dos milhares de devotos de Padre Reus. A página do Facebook (facebook.com/padrereussantuariooficial), que transmitiu o trajeto ao vivo, contou com grande engajamento por parte do público, contabilizando mais de 2 mil comentários e um pico de mais de 1,4 mil visualizações simultâneas durante a Romaria.
Pe. Resende ressalta que parte da inspiração de seguir sempre em frente vem das palavras do Papa Francisco, que reforça a importância da Igreja ir ao encontro dos fiéis. “Nossa fonte inspiradora é nosso Pastor: o Papa Francisco. Neste tempo de pandemia, ele não tem vergonha de aparecer na janela e, mesmo sem a presença do público, faz a tradicional oração do Angelus, que é transmitida pelos meios virtuais, e a realiza com o mesmo espírito pastoral como se a praça estivesse repleta de fiéis. Nas missas, em momentos como nos terços e novenas, meu espírito se une ao dos irmãos que adorariam estar conosco de corpo e espírito e, como não podem, me uno a eles e celebro, rezo, olhando nos olhos deles. Espiritualmente estão ali, celebrando comigo, e é com eles e para eles que rezo. Sinto uma forte sinergia espiritual, pois ,juntos, mesmo fisicamente distantes, atingimos o mesmo objetivo: celebrar a vida”, finalizou.