Para muitos dos milhares de participantes da romaria, que é realizada todos os anos, Padre Reus já pode ser considerado santidade, pelas graças e curas que lhe são atribuídas. Mas é somente depois do processo de beatificação concluído que ele poderá passar para o estágio de canonização e, então, ser entendido como santo. E é esse processo de beatificação que tramita no Vaticano desde a década de 50, pouco tempo depois da morte do religioso. “Esse processo já vem de longa data, mas não é o único de longa data que existe na Igreja, existem muitos e muitos outros”, lembrou o colaborador externo da Causa de Reus, em São Leopoldo (RS), Pe. Inácio Spohr – o processo de beatificação é conduzido e analisado por um “triângulo”, formado por um postulador e um relator, que ficam em Roma (Itália), além do colaborador externo, no caso, Pe. Inácio.

Dossiê

Ele explica que o processo compreende uma espécie de dossiê, com inúmeros documentos, como histórico da vida, curas e virtudes. “E tudo tem que ser muito bem comprovado, e tem que estar de acordo com as normas do Vaticano”, enfatizou. Um dos itens que será anexado ao processo é uma biografia de Padre Reus, que está sendo elaborada pela professora e historiadora Ângela Molin. Segundo Pe. Inácio, a biografia está em vias de inclusão da parte bibliográfica e arquivística. Além disso, Pe. Inácio também finalizou o resumo das virtudes de Reus, que será enviada à Roma junto com a biografia. “O padre Pascual Cebollada (postulador geral da Companhia de Jesus, em Roma), pede que a parte das virtudes e a biografia sejam mandados juntos, completas, ao mesmo tempo, para o responsável, em Roma. Então, agora estamos fazendo esses ajustes finais e esperamos terminar nos próximos meses esta parte”.

“Homem extraordinário”

Acompanhando o processo há anos e exímio conhecedor da história de Padre Reus, o colaborador externo da Causa de Reus, Pe. Inácio Spohr cita as diferenças de Reus para outras figuras consideradas santidades e ressalta a grande fama do religioso entre seus devotos. “Padre Reus era um místico. Por tudo que li até agora, realmente era um homem extraordinário sob o aspecto de oração, de penitência. Ele tinha consciência das suas limitações, fraquezas humanas, mas também, estava sempre disponível para ajudar no que pudesse, nunca fez dificuldade. Era um homem obedientíssimo, muito humilde, trabalhador, e também fez um trabalho bonito na parte social”, destacou o colaborador.

Fonte: Jornal VS